FICAMOS HOSPEDADOS NA CASA NA ÁRVORE MAIS ALTA DO BRASIL, NA CHAPADA DOS VEADEIROS
Procurando uma casa na árvore para se hospedar e realizar aquele sonho de infância? Neste artigo, contamos como foi a experiência de ficar na casa na árvore mais alta do Brasil, ao pé de uma serra, no coração da Chapada dos Veadeiros.
A 30 m de altura, sobre a copa de um jequitibá maduro, fica uma casinha de madeira rústica, isolada e completamente imersa na natureza. Com vizinhos coloridos e barulhentos, que chegam sem avisar, mas trazem muita alegria: araras, pássaros, macacos e, claro, insetos… Encara essa aventura?!
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ONDE FICA A CASA NA ÁRVORE PARA SE HOSPEDAR MAIS ALTA DO BRASIL
Quem acompanha a gente já sabe que amamos a Chapada dos Veadeiros. É, como muitos brasilienses gostam de dizer, “o nosso quintal de casa”. A 230 km de Brasília, a melhor maneira de chegar é saindo de carro da capital. A estrada é muito boa, toda asfaltada e a viagem dura, em média, entre 02:30 e 3 horas.
Embora a região da Chapada abarque muitas cidades, a principal delas é Alto Paraíso. A 13 km de lá, passando por uma estrada de chão difícil, fica a Mariri Jungle Logde que, como o próprio nome diz, é uma hospedagem totalmente imersa na natureza.
Ao pé de uma serra, em uma fazenda com muito verde e com muita vida, nasceu a Mariri – a “casa da Mari”. Com uma pegada 100% sustentável e filosofia vegana, a primeira coisa que salta aos olhos de quem chega é a preocupação com o meio ambiente. Inclusive, lá provavelmente você vai ter muitas experiências inéditas… foi assim com a gente. Mas já já falaremos sobre isso.
Por ora, vamos te apresentar a nossa casa por um dia: a Araras Tree House. Vamos lá?
COMO FOI FICAR HOSPEDADOS NA CASA NA ÁRVORE MAIS ALTA DO BRASIL
Pra começar, dá só uma olhada nesse vídeo que mostra uma visão geral da casinha:
Quem nunca viu na Internet listas de casa na árvore para se hospedar, no Brasil ou mundo afora? Já tínhamos visto algumas e sempre desejamos realizar esse sonho de infância. E nunca imaginamos que a mais alta delas estava tão pertinho da gente!
Olhando atentamente a essas listas de casa na árvore para se hospedar, percebemos que nem sempre as casas ficam exatamente “na árvore”. Embora todas pareçam muito bacanas, muitas delas são localizadas entre as árvores, às vezes até bem perto do chão… e este foi, pra gente, um dos pontos mais altos da hospedagem na Mariri: a casa é, literalmente, na árvore!
Do chão, você olha pra cima, por entre as copas dos jequitibás e, tcharãm, lá está ela! A primeira pergunta que surge é: se a casa está a 30m de altura do chão, como você faz pra chegar até lá? Este quadro, que inclusive faz parte da decoração na árvore, é um fiel retrato da realidade. Dá uma olhadinha:
Para chegar até a Araras, você anda por uma ponte de madeira, que é toda linda e charmosa. Não vamos mentir: nas primeiras vezes, dá um medinho de subir sim. Um só subia na ponte depois que o outro já tinha saído dela. Com o tempo, você acostuma e dá até pra passar mais de uma pessoa por vez! 😊
Perceba que o caminho que você percorre a pé na mata para chegar até à ponte não sai do “chão”, perto do tronco da árvore. O caminho sai de um terreno ao lado um pouco mais elevado e, por isso, você não precisa subir 30m, embora a árvore esteja a essa altura do solo.
Quem chega à casinha logo percebe que tem um rio que passa bem abaixo dela, que faz com que a vegetação ao redor esteja sempre verdinha. À noite, aquele barulhinho de água na mata ajuda a dormir e embala os sonhos que é uma beleza!
Pronto, agora que você já sabe exatamente onde fica a casa na árvore, podemos dizer como ela é! Pense numa casinha linda! Toda de madeira, rústica e cheia de charme, é impossível você esquecer que está na copa de uma árvore. A decoração colorida contrasta com o verde da mata.
Pequena, mas muito confortável: possui um colchão com travesseiro e almofadas pra dormir; umas prateleiras com edredom, livros e jogos; uma pia (embora não haja água encanada); um banheiro seco; um espacinho com chá, água e alguns talheres; e uma varanda com almofadas e redes, pra arrematar o coração. É isso! E precisa de mais? 😍
As refeições são servidas no restaurante principal, lá embaixo. Há eletricidade na casa, mas não há chuveiro ou água encanada. Como faz, então, pra escovar os dentes? Simples! Você usa a pia com a água mineral da montanha, que eles deixam à disposição em jarras. Dá uma olhada no vídeo:
O banheiro seco é um espetáculo à parte. Para quem, como a gente, nunca tinha utilizado, é uma experiência bem interessante! Veja que, na foto abaixo, há um vaso sanitário. Mas, na realidade, não tem vaso, apenas a tampa, hehe. Dentro da caixinha de madeira, há um balde. É nele que você fará as suas necessidades!
O banheiro seco é um sistema fantástico, porque dispensa o uso de água, de energia elétrica ou de produtos químicos. Funciona assim: quando você senta no assento, o balde já está com serragem no fundo. Você faz o nº 1 ou o nº 2 e, imediatamente depois, usa serragem para cobrir completamente o material. Pronto! E, por incrível que pareça, não fica cheiro nenhum!
Ao final da sua estadia (ou quando o balde enche 😅), você pega o seu balde e leva direto para um banheiro seco central na Mariri. O vídeo abaixo explica direitinho. Tudo vira adubo orgânico que vai direto para a terra, alimentar as plantas.
Se você preferir não usar o banheiro seco na casa na árvore, pode optar por usar os banheiros que ficam nos espaços comuns. Em um deles, que mostramos nas fotos abaixo, há vaso com descarga e funciona por evapotranspiração. É assim: a água leva os dejetos direto para virar material orgânico das bananeiras!
E como faz pra tomar banho a 30m de altura? Não faz, hehe. Como dissemos, não há chuveiro na casa. Por outro lado, lá embaixo há vários chuveiros em áreas comuns espalhadas pelo terreno, que você pode utilizar à vontade para tomar seu banho.
Abrimos uma caixinha de perguntas no Instagram durante nossa estadia para tirar dúvidas dos seguidores. Além das dúvidas de ordem técnica (como banho e banheiro, que já respondemos acima), muitas pessoas perguntaram sobre chuva/vento. Mas, de longe, a pergunta campeã foi sobre insetos de todos os tipos 😅 .
A verdade é que a Mariri fica, literalmente, no meio do mato. .Então, claro, há muitos insetos! No terreno, vimos macacos, aranhas, formigas, etc. Na casa na árvore em si, confesso que só vimos as formigas que ficavam andando pelo tronco do jequitibá. As formigas não saem da árvore e ficam andando pelo colchão, podem ficar tranquilos 😅. Voltamos pra casa com algumas picadinhas, mas esquecemos de passar repelente quando estávamos lá, rs…
Não pegamos chuva, só um chuvisquinho e muito vento. O barulho do vento nas folhas é mais assustador do que o vento em si. Eles tinham nos avisado que, se chovesse ou ventasse muito, a casa poderia balançar um pouco. Conosco, não balançou. No início, assustamos um pouco com o barulho do vento forte, mas confessamos que depois ficou até gostoso pra dormir!
COMO É A OUTRA CASA NA ÁRVORE, A KURA KURA
Na Mariri Jungle Logde, há duas casas na árvote: a Araras, que descrevemos acima, e a Kura Kura, que tivemos o prazer de visitar – embora não tenhamos ficado hospedados lá. Olha só como é essa experiência:
A Kura Kura é uma casinha na árvore linda de viver, que fica a 10m de altura, mas é acessível por uma escadinha de madeira na própria árvore. A escada é super charmosa, coisa de filme mesmo. Não balança como a ponte, mas, pra quem tem medo de altura, pode ser um pouco mais desafiador.
A entrada da casa é um dos pontos altos da Kura Kura: um alçapão! Coisa de filme meeesmo! Inclusive, é bom ter cuidado com o alçapão e sempre deixá-lo fechado quando estiver em cima. O outro ponto alto da casinha, na nossa visão, é o banheiro seco! Parece piada, mas dá uma olhada nesse banheiro, que coisa mais linda! Impossível ter prisão de ventre com uma vista dessas! 😂
A Kura Kura tem uma característica peculiar que alguns amam, outros odeiam. Ela – diferentemente da Araras, que é fechada e tem uma varanda -, é toda aberta! Para quem tem medo de insetos, talvez não seja uma boa; mas, para quem quer maior conexão e integração com a natureza, pode ser o ideal!
Ela é menos isolada no terreno da Mariri, mais perto das outras acomodações. Fizemos uma planilha bem simples, levantando os pontos altos de cada uma delas, caso você esteja na dúvida sobre em qual casa na árvore se hospedar:
O QUE FAZER NA SUA ESTADIA NA CASA NA ÁRVORE
Ok, você estava procurando uma casa na árvore para se hospedar e optou pela Mariri. O que fazer durante este tempo lá? A resposta mais óbvia é aproveitar aquele momento! Nós acreditamos muito em hospedagens que são experiências.
Estamos em um tempo em que é raro curtir o momento presente e essas oportunidades nos fazem lembrar disso: que delícia é estar vivo! A “vida na árvore” é mais lenta mesmo: sem conexão (só há Wi-Fi na casa principal), sobra tempo para se (re)conectar.
Se você estiver buscando uma casa na árvore para se hospedar, mas também algo que vá além da própria vivência na árvore em si, há, na Mariri, algumas opções: piscina de água natural da montanha, espaço para meditação, sauna finlandesa e várias trilhas a partir de lá. É bom checar com eles direitinho as opções e o custo de algumas delas. O mapa abaixo mostra todo o espaço, incluindo algumas trilhas curtinhas lá dentro do terreno mesmo:
As refeições veganas são um dos pontos altos da experiência na casa da árvore – são cobradas à parte! Servidas no restaurante principal, são muito caprichadas e contém ingredientes frescos e locais. No nosso jantar, que foi com base na culinária quente japonesa, tivemos salada de entrada. O prato principal foi lámen vegetariano (com cogumelos, lentinha, vegetais…), tempurá de legumes e cogumelo na chapa. O tempurá estava delicioso e até pudemos repetir! 😋 De sobremesa, torta de cacau com amendoim pro Babinho e torta de pêssego pra mim!
O café da manhã foi um espetáculo à parte. Primeira etapa: pudim de chia, com frutas, melado, granola e especiarias (foto acima). Segunda etapa: “pão de beijo”, que é o primo vegano do pão de queijo, rs. Terceira etapa: “grãomelete” (variação vegana do omelete, feita com grão-de-bico) de tomate e pastinha de castanha de caju. Dá uma espiada na foto logo abaixo!
E a última etapa foi uma torta “viva” de maracujá com manga e hortelã. É chamada “viva” porque não vai ao forno. A massa foi feita de amendoim com uva passa e o recheio era gelado! Tudo isso acompanhado de suco e chá de especiarias da casa. Achamos as comidas realmente deliciosas e com uma proposta muito bacana! Eu gosto de comida vegana, mas Babinho não tem muito esse costume. Apesar disso, também amou as refeições e ficou super satisfeito.
Anota aí essa dica de ouro! No caminho pra Mariri, você passa pela estrada que dá acesso a duas cachoeiras muito bacanas: Anjos e Arcanjos (estão localizadas na mesma propriedade). Com certeza, entrou pra nossa lista das preferidas na Chapada. A trilha é curta e as cachoeiras têm poços muitos bons pra mergulhar! Dá até pra dar uma nadada!
Nossa sugestão é que você, quando estiver indo pra casa na árvore ou voltando dela, passe pra conhecer essas cachoeiras tão lindas. Vale dizer que não há local para comer entre a cachoeira e a Mariri, então é bom levar já um lanche reforçado!
NOSSAS MÉTRICAS
Essa é nossa parte preferida dos artigos! 😉 Amamos falar sobre as métricas de cada passeio, pra tentar te ajudar ao máximo na hora de escolher um destino. Nível de dificuldade 3 de 5! A estrada de chão para chegar até lá não é tão simples. Além disso, não é qualquer um que procura uma casa na árvore para se hospedar! Hehe Altura, insetos, acesso, etc…
Mas, por outro lado, o nível de aventura é beeem alto, 4 de 5. E põe aventura nisso, hein?! Tem melodia dos pássaros dia e noite, som de rio passando logo abaixo e aquela sensação de que, se esticar bem o braço e ficar na ponta dos pés, dá até pra tocar o céu azul.
DESCONTOS E DICAS FINAIS
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O que não pode faltar na sua mala pra Chapada? Tênis, repelente, roupa de banho e lanches de trilha. Se for ficar hospedado na casa na árvore, quanto menos bagagem levar, mais confortável vai ficar.
Há algumas semanas atrás, ficamos hospedados em outra experiência super bacana na Chapada: um trailer dos anos 80 instalado em um mirante, com vista do Parque Nacional da Chapada. Dá pra acreditar? O relato completo dessa aventura está aqui.
Caso o seu voo para essa ou qualquer outra viagem tenha sido alterado ou dado overbooking, sugerimos uma leitura no nosso artigo que explica como ganhamos mais de R$ 14.000,00 em indenizações de companhias aéreas, sem entrar na justiça, apenas por procedimentos administrativos. Mas, se você preferir ajuda para requerer seus direitos, indicamos a Voe Tranquilo, que cuida de tudo pra você e só cobra pelo serviço se você receber o valor a que tem direito.
Nós moramos em Brasília e fomos até a Chapada com o nosso próprio carro. Mas, se você precisar alugar um carro, recomendamos a RentCars.com. E, se você preferir contratar um Seguro Viagem para se sentir mais seguro e tranquilo, recomendamos sempre os seguros de viagem da SegurosPromo. Você consegue comparar várias operadoras de seguro e ganha 5% de desconto com nosso cupom NOSSOMUNDO5 ! Clique aqui e confira!
Se você curte viagens em Parque Nacionais, recomendamos dois, bastante diferentes um do outro. O primeiro é o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Quer um guia completo de mergulho e de snorkel em Noronha? Leia nosso artigo aqui. E, também, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, que é um lugar único no mundo. Sabia que fizemos a travessia dele a pé, durante 3 dias? Confira nosso relato aqui.
Ah, e se quiser uma trilha diferente, dá uma olhada aqui na nossa experiência na Cachoeira da Cortina, nas Serras Gerais (Tocantins)! Para quem curte ecoturismo e muita aventura, sugerimos o nosso artigo sobre a cidade de Mambaí, em Goiás, a 300 km de Brasília.
E, se quiser ver mais fotos e vídeos das nossas aventuras, segue a gente lá no instagram! Você tem alguma outra ideia de onde ficar na Chapada dos Veadeiros? Dá uma dica pra gente lá!
Até a próxima aventura,
Carol e Babinho
NOTA: A hospedagem do Aventuras pelo nosso Mundo teve incentivo da Mariri Jungle Logde. Entretanto, este post foi escrito com base nas nossas opiniões e experiências e não sofreu qualquer tipo de interferência
